Preenchimento peniano: o novo boom da estética masculina que está preocupando médicos

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Prometendo aumento de tamanho e espessura, o preenchimento peniano virou tendência — mas especialistas alertam: os erros são comuns e as complicações podem ser devastadoras.

O crescimento de uma tendência estética masculina

Nos últimos anos, o universo da estética deixou de ser território exclusivo das mulheres. Cada vez mais homens têm recorrido a procedimentos estéticos como Botox, bioestimuladores, cirurgias plásticas e, agora, ao preenchedor peniano — uma técnica que promete aumentar o volume e o comprimento do órgão genital.
Mas o crescimento dessa tendência veio acompanhado de uma preocupante onda de complicações.


Casos reais que chocaram profissionais da saúde

O dermatologista e cirurgião cosmético Dr. Jason Emer, referência nos Estados Unidos, relatou ao USA Today casos de pacientes que cruzaram estados para buscar reparo após procedimentos malfeitos.
Homens que ficaram meses reclusos por vergonha e até situações graves de necrose e deformidades permanentes.

“Esses casos estão se tornando cada vez mais comuns. São pacientes que precisam de correções caras e complexas por procedimentos feitos de forma inadequada”, explica Emer, que realiza o tratamento desde 2007.


Um procedimento delicado que exige alta especialização

O preenchimento peniano consiste na aplicação de substâncias como ácido hialurônico ou hidroxiapatita de cálcio para aumentar a espessura e, em alguns casos, o comprimento do pênis.
Embora pareça simples, trata-se de um procedimento de alto risco se feito por profissionais sem treinamento específico.

O enfermeiro esteta Chris Bustamante, fundador da clínica Lushful Aesthetics, compara essa febre atual com os implantes de silicone dos anos 2000:

“Mais homens estão fazendo, mas a conversa cultural ainda está nos primeiros estágios de normalização. Infelizmente, muitos recorrem a lugares inseguros, fora dos EUA ou com profissionais que só ‘brincam’ com a técnica, sem dominá-la de verdade.”


Complicações físicas e emocionais

A maioria dos problemas ocorre por preço baixo e falta de qualificação profissional.
Entre as complicações mais comuns estão deformidades, infecções, fibroses, necroses e até perda de tecido.

Além disso, o impacto emocional é profundo: muitos pacientes enfrentam vergonha, ansiedade e isolamento.

Um homem relatou que, após o procedimento em 2021, ficou deformado e voltou diversas vezes ao mesmo local sem melhora.

“Olhei no espelho e pensei: isso não parece natural. Eu não posso viver assim”, contou ele.

Somente em 2024 conseguiu correção parcial com outro profissional qualificado.


O outro lado: quando o resultado é positivo

Apesar dos riscos, há pacientes satisfeitos. O americano Sean Lathe, por exemplo, fez o tratamento com um profissional experiente e afirma não se arrepender:

“Sou muito aberto sobre o meu. Acho que os homens deveriam falar mais sobre isso.”

Mas esses casos são raros. A maioria prefere o silêncio — e os médicos alertam que a falta de diálogo aumenta os riscos, já que muitos homens buscam informação apenas na internet ou com pessoas não habilitadas.

Preenchimento peniano

O que os especialistas recomendam

  • Procure médicos e profissionais de saúde experientes e habilitados.
  • Desconfie de preços muito baixos e clínicas sem registro.
  • Evite realizar o procedimento fora do país.
  • Saiba que o resultado é temporário e pode exigir manutenção.
  • Considere apoio psicológico se o motivo for insegurança com o próprio corpo.

Conclusão: autoestima com responsabilidade

O preenchimento peniano pode parecer uma solução rápida, mas é um dos procedimentos mais delicados da estética íntima masculina.
Feito de forma inadequada, pode deixar sequelas graves e permanentes.

Como alerta o Dr. Emer:

“Esses pacientes não são casos de uma consulta só. Podem voltar dez anos depois com problemas sérios.”

Mais do que buscar resultados imediatos, é essencial priorizar segurança, qualificação e informação confiável — porque autoestima e saúde precisam caminhar juntas.

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