O envelhecimento facial
O envelhecimento é definido como um processo lento, progressivo e contínuo, resultante de alterações bioquímicas, morfológicas e fisiológicas, que acomete todo o organismo com o passar dos anos.
A pele, por ser um órgão exposto, está sujeita aos danos causados pela radiação ultravioleta (UV). Por esse motivo, classifica-se o envelhecimento cutâneo em intrínseco (cronológico) e extrínseco (fotoenvelhecimento).
A pele é um marcador ideal da idade cronológica. Assim, o envelhecimento cronológico está relacionado com a idade e a genética do indivíduo, enquanto o fotoenvelhecimento é decorrente da ação de fatores ambientais, como a radiação solar, que degenera as fibras elásticas e colágenas.
As principais alterações ocorridas na pele envelhecida acontecem no colágeno dérmico, levando a modificações das propriedades biomecânicas.
Ortolan comprovou em estudos que o envelhecimento promove a diminuição do colágeno total e de suas frações I e III com degradação e fragmentação das fibras e o aumento da densidade de material elástico desorganizado.
O mecanismo citado como responsável pelo envelhecimento é a diminuição das proteosonas (enzimas multicatalíticas) responsáveis pela degradação de proteínas oxidadas e deformadas, que interferem na atividade dos fibroblastos, levando à diminuição da síntese proteica e ao aumento da proteólise.
Assim, o envelhecimento é um processo natural e imutável em todos os órgãos. Esse complexo processo se inicia por volta dos 30 anos de idade, e acontece por diversos motivos, inclusive aqueles que podem ser de ordem gravitacional, causando o descenso dos tecidos a partir de pontos de aderência.
Ainda são diminuídas as propriedades de resistência e flexibilidade da pele, devido a sua desorganização estrutural em que a derme e epiderme se encontram, aquelas que no jovem se articulavam e se adaptavam intimamente.
Elasticidade e plasticidade
Também, as propriedades de elasticidade e plasticidade da pele se alteram devido à diminuição dos queratinócitos na epiderme e de fibras elásticas e colágenas na derme.
Com a diminuição de plasticidade, a pele perde a capacidade de suportar pressão. Devido à perda de elasticidade, a pele perde o correto equilíbrio entre os lipídios superficiais, os compostos hidrossolúveis, a água e a queratina (proteína fibrosa constituída por cadeias polipeptídicas predominante no queratinócito).
O aumento da idade das populações, inclusive da brasileira, é uma realidade, e isso faz com que um público mais senescente se interesse por procedimentos de rejuvenescimento, almejando por qualidade de vida.
Nesse contexto, estudos e técnicas eficazes, com resultados comprovados, são necessários para entender esse público-alvo antes de atendê-lo.
O Protocolo Major®
O Protocolo Major® foi estudado a partir da carência de um volumizador facial para a face mais madura. A necessidade surgiu devido ao aparecimento de muitas intercorrências com o uso de preenchedor injetável – ácido hialurônico – em faces mais flácidas, com deslocamento de volume pós-operatório.
Vários foram os retornos de pacientes insatisfeitos com queixas de deslocamento desse material na rotina da clínica. Apesar de todos os critérios terem sido seguidos a despeito do produto e da técnica, houve o deslocamento de volume do malar para as áreas mais baixas do terço médio da face, causando um efeito indesejável. Assim, foi pesquisado este protocolo para este fim.
O que é O Protocolo Major® e a técnica
O Protocolo Major® é um procedimento cirúrgico destinado a volumizar arcabouços ósseos faciais que sofreram perdas ósseas, inclusive pela patogênese do processo de envelhecimento.
É um recurso a mais a ser utilizado pelo profissional da face, no sentido de promover volumização e embelezamento da face, por meio da inserção de implantes sólidos, que irão espessar os tecidos moles flácidos, dando sustentação e melhorando os sinais de envelhecimento.
A técnica, além de preenchimento e volumização, promove também a manutenção do arcabouço ósseo justaposto, o que é de extrema relevância nas áreas de perdas ósseas, oriundas do processo de envelhecimento.
Esse é um incremento já utilizado, há muitos anos, na Odontologia e na Medicina, sendo, agora, direcionado para a área de Harmonização Facial para volumizar as regiões mais acometidas pela perda óssea no processo de envelhecimento: região malar, maxila, mento e ângulos da mandíbula.
O Protocolo Major® X Envelhecimento Facial
Em um trabalho muito interessante, conduzido por Pessa et al., foi demonstrado que o remodelamento ósseo contribui para retardar a patogênese do processo de envelhecimento facial.
Assim, o Protocolo Major®, sendo um processo de preenchimento de áreas atróficas da face, utilizando as biocerâmicas de fosfato de cálcio (BFCs), é muito bem indicado no processo de reestruturação facial.
Foram utilizadas, nesse protocolo, biocerâmicas bioativas compostas, principalmente, de hidroxiapatita e beta fosfato tricálcico, além de outros minerais.
Elas são biossoluções inovadoras na reconstituição de tecidos e sistemas, já utilizadas há anos nas áreas na área médica para reparo de pequenos e grandes defeitos ósseos, reconstrução de ossos longos, recuperação de áreas perdidas, correção de perda óssea natural adquirida ao longo dos anos e para fins estéticos, cirurgia plástica, dentre outras.
O uso desse biomaterial nanoestruturado, além de tratamento corretivo, permite a reconstrução anatômica, estética e funcional. A reconstrução óssea e a manutenção de espaços anatômicos ocorrem devido às características das BFCs:
- osteoindução
- osteocondução
- biomimetismo
- biocompatibilidade
- útil como substituto ósseo
- útil como scaffold nanoestruturado
- meio de cultura celular com capacidade osteogênica
- dentre outras.